
As bibliotecas escolares têm vindo a assumir um papel central, enquanto recurso privilegiado das escolas no domínio da literacia, procurando que todos os alunos tenham acesso a livros e a tecnologias de informação e comunicação.
Contudo, face à crescente inclusão de alunos com necessidades educativas especiais nas escolas do ensino regular, vêem-se hoje confrontadas com a imprescindibilidade de responder a uma população escolar com competências significativamente diversas e que requer, em muitas situações, meios tecnológicos diferenciados de acesso à leitura.

Como se preconiza na Declaração de Salamanca, as escolas inclusivas devem reconhecer e dar resposta às necessidades diferenciadas dos alunos, tendo em conta os diversos estilos e ritmos de aprendizagem, assegurando a qualidade educativa através de currículos adequados, de adaptações organizacionais, estratégias de ensino e parcerias com a comunidade.
Proporcionar reais oportunidades de leitura para todos os alunos, é talvez um dos maiores desafios colocado às bibliotecas que se pretendem assumir como espaço de excelência para o desenvolvimento da literacia e como garante da igualdade de oportunidades.

Neste âmbito, pretendemos desenvolver boas práticas de promoção da leitura, tendo em conta as capacidades e necessidades individuais dos alunos e dotar as bibliotecas escolares de recursos adequados, em diferentes formatos acessíveis aos alunos com necessidades educativas especiais, pois a formação do leitor é essencial para que os alunos tenham a chance de poder, de facto, usufruir o que a escola tem a oferecer em termos de conhecimento nas diversas áreas do saber, e dos bens culturais que a sociedade produz hoje e produziu durante seu processo histórico.
As atividades de promoção da leitura devem ser inseridas numa estratégia global cujo objetivo deve ser sempre o de incentivar nas crianças e nos jovens o prazer da leitura.

"[…] a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquele. […] este movimento do mundo à palavra e da palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo mesmo através da leitura que dele fazemos. De alguma maneira, porém, podemos ir mais longe e dizer que a leitura da palavra não é apenas precedida pela leitura do mundo mas por uma certa forma de “escrevê-lo” ou de “ reescrevê-lo”, quer dizer, de transformá-lo através de nossa prática consciente." (Freire, 1981).
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